terça-feira, 9 de junho de 2009

Como diferimos tanto dos nossos parentes chimpanzés?

Imagem encontrada em: http://www.evolutionnews.org/2006/10/time_makes_berras_blunder_in_e.html

Como podemos ser tão diferentes de nossos parentes chimpanzés, se nossas cópias de DNA são 99% idênticas às deles?
Na verdade, segundo Katherine Pollard, uma bioestatística que participou da equipe que identificou a sequência das bases do DNA, das 3 bilhões de letras formadoras do genoma humano, apenas 15 milhões passaram por mudanças em quase 6 milhões de anos, desde que as linhagens de humanos e chimpanzés tomaram rumos diferentes.
Parte da resposta está na Har1 (região 1 da aceleração humana) que é na verdade uma extensão de 118 bases do DNA, partes que passaram por maiores modificações, desde a separação entre chimpanzés e humanos. Essa região (Har1) mudou muito pouco na evolução dos vertebrados. Entretanto, comparando-se as sequências do genoma de humanos e chimpanzés, há uma diferença de 18 letras, indicando que a Har1 conquistou uma nova função importante em humanos. O gene FOXP2, envolvido na produção de fala, apresenta diferenças em relação à sequência encontrada no DNA do chimpanzé. Os genes ASPM, MCPH1, CDK5RAP2 e CENPJ, ligados ao tamanho do cérebro são importantes, já que o tamanho do cérebro é condição cognitiva "sine qua non" para a produção de fala, diferindo das produções vocais de outras espécies. O ASPM passou por várias mutações no curso da evolução dos primatas, com algumas rupturas ocorridas na linhagem humana desde que ela divergiu dos chimpanzés.
Além dessa descoberta, há outras muito interessantes relatadas em um artigo publicado na revista Scientific American - Brasil, na edição de maio de 2009. Além de indicar a leitura do artigo de Katherine Pollard, é preciso dizer que não vejo sentido no contínuo debate "Criacionismo X Evolucionismo", uma vez que a teoria evolucionista foi e está sendo corroborada empiricamente, a cada vez que se decifram mais enigmas do nosso mapa genético. Não é uma questão de crença ou posição política, é simplesmente ciência.

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