sábado, 13 de junho de 2009

Cidadãos na Sociedade de Informação

Steven Pinker, na introdução de seu livro "Como as mentes funcionam", faz um agradecimento à Patricia Claffey, da Biblioteca Teuver do MIT. Sobre ela, ele diz: "...conhece tudo, ou pelo menos sabe onde encontrar, o que dá na mesma." Essa é a principal competência, a meu ver, que se espera de cidadãos em uma sociedade da informação. Poderíamos falar de aprendizado não-linear, inteligência coletiva, sociedade em rede, construcionismo etc, como paradigmas de conhecimento e ensino, citados nas obras de Lévy, Papert. No entanto, me parece fundamental falar de uma competência simples, que, na verdade, antecede o fenômeno da sociedade de informação: pesquisar. Falo do espírito critico e investigativo de crianças e jovens que poderá dar o impulso necessário para aprenderem as estratégias de busca e resgate das infomações de que precisam. Esse espírito de investigação deve ser estimulado, desde cedo, de tal forma que essas crianças possam ser gerenciadoras do próprio conhecimento. Mas, para que isso ocorra, é preciso que os professores, pais e adultos mais experientes sirvam de modelos de pesquisadores. Estou, também na área educacional, há algum tempo, e, infelizmente, não tenho presenciado isso muito frequentemente. Ao contrário, tenho vivenciado o dilema das dificuldades de professores às voltas com uma pesquisa simples, como procurar material e subsídio pedagógico na rede. Simplesmente, eles precisam das referências completas, de outra forma, sentem-se perdidos em meio a esse oceano de informações que é a internet. Por outro lado, muitas crianças e jovens, segundo relato dos próprios professores, têm conseguido resolver mais problemas de busca de informações na internet do que os adultos de seu meio. Isso aliado às inadequações físicas e curriculares das nossas escolas, acabam por tornar a nossa escola cada vez mais obsoleta. Só espero, sinceramente, que nós, adultos e professores, não nos tornemos tão obsoletos quanto ela.

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